quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Projeto olímpico prevê gastos de R$ 5 bilhões

Projeto olímpico prevê gastos de R$ 5 bilhões

O Globo, Luiz Ernesto Magalhães, 09/jan

Os gargalos na infra-estrutura de transportes e os problemas ambientais deverão estar mais uma vez entre os principais desafios que o Rio terá de superar para ser vitorioso em sua nova candidatura aos Jogos Olímpicos. Com base no projeto apresentado ontem no Museu de Arte Moderna (MAM) pelo presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Athur Nuzmann, estima-se que os governos e a iniciativa privada tenham que investir cerca R$ 5 bilhões em novos corredores viários e transporte público. A conta incluirá também a despoluição do complexo lagunar da Barra que, como ocorreu durante os Jogos Pan-Americanos, centralizará as competições.

Em 2004, a cidade foi eliminada ainda na primeira fase da candidatura às Olimpíadas de 2012 porque o COI não acreditou que esses problemas estruturais pudessem ser resolvidos num prazo de apenas sete anos, pois exigiriam obras complexas e demoradas, como a construção de novas linhas de Metrô entre a Barra, a Zona Sul e aeroportos.

Na nova candidatura, a ser oficializada na sexta-feira, a aposta é a criação de BRTs (Bus Rapid Transit) linhas de ônibus com faixas exclusivas que interligariam a Barra às zonas Sul, Norte e Oeste. Os veículos usariam biocombustíveis para reduzir a poluição e assim garantir mais um legado ambiental das Olimpíadas.

Os BRTs no Rio seriam três, ainda em fase de projeto. Foram propostos pela prefeitura e dependeriam de parcerias com a iniciativa privada. Dois deles já têm projetos concluídos: o Corredor T-5 (Barra-Penha), com custo estimado em R$ 800 milhões, e a Ligação C (Barra-Deodoro), orçada em cerca de R$ 540 milhões. O terceiro BRT só seria desenvolvido no caso de o Rio vencer a disputa. Ele prevê a criação de um corredor exclusivo para a circulação de ônibus na AutoEstrada Lagoa-Barra, com a duas novas faixas de tráfego, uma em cada sentido. E exigiria a construção de viadutos e túneis paralelos ao ZuzuAngel e ao do Joá.

Não queríamos propor projetos suspeitos de serem inexeqüíveis. Pegamos de Pequim o conceito de BRTs. Lá, três linhas foram projetadas apenas para atender ao público do Parque Olímpico explicou o secretário estadual de Transportes, Júlio Lopes.

Já o prefeito Cesar Maia admitiu que a maior preocupação é com a área ambiental. Cesar lembrou que há dez anos o Japan Bank International Cooperation (J-BIC) aprovou a realização de um empréstimo para despoluir as lagoas da Barra. O projeto consiste em aplicar cerca de R$ 619 milhões (R$ 372 milhões dos japoneses e o restante da prefeitura) no projeto. Os recursos não saíram porque para o Governo Federal o município do Rio já estaria no limite de sua capacidade de endividamento.

A questão da despoluição das lagoas da Barra é fundamental, pois trata-se de um projeto complexo. Ou o governo federal autoriza o financiamento ou os Jogos Olímpicos estão inviabilzados. Isso tem que ser resolvido ainda antes de junho disse o prefeito.

A estratégia do COB para o Rio não ser eliminado em junho será tentar convencer o COI de que boa parte do cronograma de investimentos será cumprida mesmo se o país não for confirmado como sede olímpica. O programa incluiu R$ 1,2 bilhão que União e Estado prometem investir nos próximos anos na construção do Arco Rodoviário, dentro das ações do PAC).


e começa a farra do boi

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